sexta-feira, 4 de março de 2011


Escrevo-te o meu amor em jeito de carta, lembrando-me de que o vento também o costuma fazer quando te passeia o rosto, quando delineia os teus traços suaves e doces. Gostas do vento, dizes. Gostas porque é ameno e te arrepia. E tu gostas que te arrepiem. Costumas olhar-me e pedir-me em silêncio que te erice os poros quentes da pele, em silêncio porque essa é a nossa melodia preferida. É no silêncio que declamas os mais belos e tímidos poemas, é na imensidão de um vazio preenchido que me pedes para te amar um dia atrás do outro, é no barulho mudo que me olhas apaixonadamente e me suplicas que não te deixe, porque o silêncio é aquilo que nós quisermos, e para nós é amor. Um amor que me faz sentir a chuva no rosto, como um raio de sol no coração, e que me enaltece a beleza escondida. Tens o dom de transmitir paz apenas com o ofegar da tua respiração certeira ao meu pescoço. Um sopro de ar que me transporta para um arco-íris onde o tesouro é o teu toque no meu amor profundo. (...)

Saboreia estas linhas da mesma maneira que saboreias os meus olhos todas as vezes que me pedes para não te olhar com tanto amor…