terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Trincava o tempo e agarrava-o nos dentes,
Fugidio, passava o medo de morrer por ela
Horas a fio.
Cestos cheios de minutos, como maçãs podres
Caídas da árvore, doentes no pomar,
Iam abraçados ao seu corpo
Levando-a ao limiar.
Aquecia-lhe a pele o luar dourado
E ardente,
Tal e qual seu peito queimado e doente.
Ela lá ia com o sangue na algibeira do olhar,
Cobrindo-o com um lençol de luz artificial.
Cestos cheios de segundos, levavam-lhe a vida para o nada.
No chão, rasgada. De pé, magoada. Levou-a do pomar para o poço da Fada.
Assim era há instantes, nuns segundos inquietantes em que se sentia derrotada.

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