domingo, 14 de março de 2010

A um amigo,


Perdi-me hoje nos teus olhos, meu bem. Lembrei-me de como era o teu olhar quando te cruzavas comigo, de como era o teu sorriso maroto quando inventavas histórias de heróis e princesas. Ao ver-te quando o teu sangue quente te percorria os sentidos, chorei confesso, chorei muito e escrevi-te uma carta mesmo sabendo que jamais alguém a lerá, mas sabes, tenho a esperança que me respondas, e ultimamente, todos os dias procuro uma resposta tua. Recordei-me das nossas brincadeiras e de como me ria contigo. Hoje enquanto me olhava ao espelho juro que te vi do meu lado, juro. Olhaste-me de uma forma meiga, sorriste, sopraste-me ao ouvido e foste embora tão de repente como me deixaste da última vez. Com a mesma serenidade, doçura... Ainda hoje me lembro da tua expressão de anjo deitado no meio das plumas, ainda hoje sonho com o último toque da minha mão na tua, completamente gelada e inerte. Ainda hoje, sinto bem no peito a dor da tua perda...ainda hoje, desejo intensamente que aquela despedida antes de partires não tivesse sido feita com tanta intensidade, porque embora não saibam, senti naquele instante que seria a última vez que me irias beijar a face. A ti meu bem, mendigo a amizade que agora não tenho e deixo-te um beijo perdido no vento. Que olhes por mim.

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