Estava escuro. No silêncio do nada podia ouvir-se o soluçar de alguém pequeno e frágil enquanto os passos da dor se iam aproximando cada vez mais daquele covil visível. A pequena menina vivia a esconder-se e a fugir dela, mas todas as noites os seus sonhos eram atormentados pelas máculas negras e gritantes. Todas as manhãs, o Sol feria-lhe os olhos e a menina fingia estar doente para chorar à vontade. A dor parecia correr atrás dela, pegar-lhe pelos pulsos, atirá-la contra o chão de pedra, pisá-la e tomar posse daquele corpo frágil. O sorriso quando a visitava segredava-lhe as mais belas palavras mas nem isso a consolava, nesses momentos em que o céu se fechava e parecia não mais ficar azul, a menina chorava, chorava muito. Um dia, mais ninguém lhe conseguiu dar a mão e a menina transformou-se numa boneca de trapos com as lágrimas presas no olhar. A verdade, é que a menina, era uma menina adulta com uma profunda dor na sua história que só queria um colo e nem o sorriso viu isso.
quarta-feira, 14 de abril de 2010
Era uma vez,
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Está lindo.
ResponderEliminaroh muito obrigada mais uma vez*
ResponderEliminar(e shh, mas vou ficar de olho por aqui)
Um conto que emociona...
ResponderEliminarUma fantasia tantas vezes realidade!
BeijOOO
AL
Essa menina adulta faz'me lembrar alguém!
ResponderEliminar:x