domingo, 6 de junho de 2010


Peguei nas palavras ao colo, como se tivesse nos braços uma criança. Embalei-as. Cantei-lhes os fados de Lisboa. Embrulhei-as em pedacinhos de algodão. Atirei-as ao rio e rasgaram-se com as lágrimas das sereias. Afundaram-se! Depois, o amor veio com a corrente, dobrado em quatro, e tal como tinha feito com as palavras, embalei-o, cantei para ele os mesmo fados, com cheiro a Rosmaninho e boémia, embrulhei-o em doces beijos e atirei-o ao rio. O Amor não se rasgou com as minhas lágrimas, não morreu com o rio, nem se desvaneceu. O Amor fortaleceu com a tristeza, com a luta e com a dor. O Amor é o Amor e nada nem ninguém consegue apagá-lo!

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