sábado, 13 de novembro de 2010


Com uma estaca de ferro velho

e gélido, o coração foi cravado.

Sem pena. Sem mágoa. Sem desafronta.

Dor voa sobre as nuvens, sopra o vento

As lágrimas que do rosto tombam

Inundando de sangue a pura alma.

Pede ajuda entre dentes. Gritando num sussurro

Com o olhar vazio, suplica. Com a pele rasgada

E de joelhos raspando o chão cai enfermo o corpo dela.

Enfermo e nauseabundo de cansaço.

Assim é a dor.

Assim é a fraqueza mascarada de robustez.

Enquanto a melodia surgir da agonia,

Ela é assim.

1 comentário:

  1. Não só quem nos odeia ou nos inveja
    Nos limita e oprime; quem nos ama
    Não menos nos limita.
    Que os deuses me concedam que, despido
    De afectos, tenha a fria liberdade
    Dos píncaros sem nada.
    Quem quer pouco, tem tudo; quem quer nada
    É livre; quem não tem, e não deseja,
    Homem, é igual aos deuses.

    Ricardo Reis, ODES

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