Que me falte o ar seu eu peco
Ao olhar o céu de jeito infernal,
Perdoem-me os poetas se traio as linhas antigas,
As letras que fizeram cantigas.
Mas sobre esta imensa aurora
Dourada como a loucura,
O sangue esvai-se das veias criadas
Pela tua amargura.
Perdoem-me os deuses.
As rosas já caiem do céu,
Voam pecados mortais que me arrancam
O suor da luta.
Avista-se o risco. O limiar da esperança
É um perfeito poço, onde tu vives, maldito.
Maldito sejas, criatura!
Que me falhem os sentidos se eu te obedecer, impura,
Que me matem com as garras de um animal,
Sujo, fraco, morto, ensanguentado,
Como eu neste ar fechado.
Que me falte o ar se eu pecar
No teu lugar… que as preces tragam amor
Em vez do frio, e me levem os sussurros da noite deste vazio,
Que me levem os ventos do norte,
ou então me tragam a morte.
Que o silêncio seja o ponto final
Do teu olhar mortal…
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