sexta-feira, 25 de julho de 2014

'

Às vezes, no meio do meu turbilhão, aquele em que ninguém me salva, aquele onde o vento me arranca o coração da caixinha onde o guardo, encontro-me. Desencontro-me de mim. Perco o nexo, o sentido das coisas e tu, olhas-me como se eu quisesse ser assim, como se comprasse uma angústia para mim como compro um par de sapatos. Mas, não há sapatos que mais me angustiem, agora, como aqueles que eu calcei quando vim embora, quando soube nos teus olhos que duvidavas de nós. Eu não escolhi amar-te assim e, agora, tenho de aprender a não olhar para ti com amor, a não sorrir para ti com o desejo que me beijes depois. E isso dói, sabes? Aprendi a amar-te e, todos os dias me apaixonei mais um bocadinho por ti. E que amor tão doce...! E como és belo, Meu Bem...! E como escrevo com as lágrimas entaladas algures em mim...! E como te quero bem e que sejas feliz, em plenitude...! E se, alguma vez, leres isto, fica com a certeza que, de mim para ti, tudo é amor, sempre...! Além disso, só um Obrigada, também com amor.

E como escrevi uma vez quando ainda tudo era desejo:

"... Só me resta beijar-te assim, docemente, melodiosamente enquanto nada te digo..."

um respirar profundo.

1 comentário:

  1. MUSICA MIRABILIS

    Talvez a ternura
    Crepite no pulso,
    Talvez o vento
    Súbito se levante,
    Talvez a palavra
    Atinja o seu cume,
    Talvez um segredo
    Chegue ainda a tempo

    - e desperte o lume.

    Eugénio de Andrade

    (quem sabe?!...)

    ResponderEliminar